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Autor: Rafael Blanchard.

 

Percebido por praticamente todo cidadão brasileiro, a greve dos caminhoneiros, iniciada na semana passada devido ao aumento do diesel, “parou” o Brasil. Rodovias foram bloqueadas impedindo a chegada de mercadorias às empresas causando um prejuízo na casa dos bilhões de reais.

Será que uma paralisação dessas realmente deveria atingir tanta gente? Como o varejo e o consumidor final foram afetados? Havia como, sendo empresário, se precaver contra esse ato?

Neste artigo, vamos tentar responder a perguntas como essas e entender o que realmente aconteceu.

Como a greve chegou ao consumidor final?

Diante de um cenário desse, o brasileiro sabe que em algum momento a conta disso tudo acaba atingindo seu próprio bolso. Com o bloqueio das principais rodovias, fornecedores não conseguiram entregar suas mercadorias e, em alguns casos, com mercadorias perecíveis. Nas lojas, prateleiras começaram a se esvaziarem e o preço de algumas mercadorias atingiram valores exorbitantes.

Outro problema visto foi a escassez do combustível no  país. As carretas que alimentam os postos também ficaram bloqueadas e milhares de postos chegaram a esvaziar seus tanques, mesmo com o valor quase 30% acima do praticado na semana anterior. Com a falta de gasolina, inclusive nos consórcios de ônibus e BRT, dificultou o deslocamento de milhões de pessoas.

Com isso, muitos empresários receberam mensagem de seus funcionários que informavam não avistar transportes nas ruas impedindo a chegada ao trabalho.

Com mercadorias em falta e quadro de funcionários reduzido, o varejo sentiu o impacto. Segundo um levantamento feito pela Linx, empresa de software, houve uma queda de 38% na emissão da NFC-e (Nota Fiscal do Consumidor eletrônica) no final de semana marcado pela greve (19/05 e 20/05) comparado à semana anterior, em todo o país.

Por que a greve atingiu tanta gente?

O Brasil, infelizmente, recebe pouco investimento no setor de transportes, mesmo comparado com outros países emergentes. Em média, os investimentos não chegam a 2% do PIB, enquanto que, consultorias estimam que seria necessário 5% por pelo menos 12 anos para recuperar o atraso.

O país ainda depende muito das rodovias terrestres, que, em muitos casos, poderiam ser substituídas pelas ferrovias ou transportes aéreos. Essa dependência faz com que qualquer interdição em uma rodovia principal cause enormes prejuízos a comerciantes e consumidores.

Cenas puderam ser vistas pelas redes sociais nas quais fábricas despejavam mercadorias por não ter espaço em estoque e sem caminhões para realizar as entregas.

Como se proteger?

Com certeza, o principal aliado nesses casos é a informação, quanto mais cedo o problema é percebido, mais tempo terá para se proteger. Uma das empresas que não foi tão afetada foi a rede Carrefour, que, por possuir um estoque maior de mercadorias, espalhou placas pelas suas lojas restringindo a quantidade de produtos para cada cliente. Essa medida foi eficiente e permitiu à rede manter a maioria das mercadorias nas prateleiras até o fim da greve.

Pequenos comerciantes que possuíam um estoque maior de mercadorias conseguiram manter suas atividades, mas sofrendo com a redução de clientes visitando as lojas.

Resumindo, não há como prever todas as greves, suas durações e como irão influenciar nosso dia a dia, mas estando sempre buscando informações em fontes confiáveis e ter uma logística eficiente irão ajudar a proteger a empresa contra tal movimento. Caso contrário, a loja poderá ter a necessidade de baixar as portas por um tempo impedindo a entrada de receitas, mas com as despesas fixas sendo cobradas. No pior dos cenários, será obrigada a endividar-se, ou pior, fechar permanentemente.

 

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